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Cobrança de juros abusiva o que fazer?

Você já se sentiu lesado por uma cobrança de juros abusiva? Sabe como identificar se os juros cobrados são realmente excessivos e ilegais? E o mais importante: sabe como se defender e reaver o seu dinheiro?

Neste artigo, vamos explicar o que é a cobrança de juros abusiva, como ela pode ocorrer em diferentes tipos de contratos, como reconhecer os sinais de que você está sendo vítima dessa prática e quais são os seus direitos e as medidas que você pode tomar para se proteger.

O que é a cobrança de juros abusiva?

A princípio a cobrança de juros abusiva é aquela que ultrapassa os limites legais ou as condições pactuadas entre as partes, gerando um enriquecimento ilícito do credor em detrimento do devedor.

Os juros são a remuneração pelo empréstimo de dinheiro ou pela compra a prazo de um bem ou serviço. Eles são necessários para garantir o equilíbrio econômico e a segurança das transações financeiras, mas devem ser cobrados de forma justa e proporcional.

No Brasil, existem duas formas de regular os juros: a taxa legal e a taxa contratual. A taxa legal é aquela definida por lei ou por órgãos competentes, como o Banco Central. A taxa contratual é aquela acordada entre as partes, desde que não ultrapasse a taxa legal.

Então a taxa legal varia conforme o tipo de contrato e o segmento de mercado. Por exemplo, para os contratos de crédito pessoal, a taxa legal é de 12% ao ano. Já para os contratos de cartão de crédito, a taxa legal é a média do mercado, divulgada mensalmente pelo Banco Central.

A taxa contratual deve respeitar a taxa legal e as condições estabelecidas no contrato. O contrato deve ser claro, transparente e informar ao consumidor todos os encargos envolvidos na operação, como juros remuneratórios, juros moratórios, multa, correção monetária e tarifas.

Quando há uma cobrança de juros abusiva, o credor desrespeita a taxa legal ou a taxa contratual, aplicando juros muito acima do mercado ou do que foi combinado. Portanto isso pode gerar um desequilíbrio na relação contratual e um endividamento excessivo do consumidor.

Como a cobrança de juros abusiva pode ocorrer?

A cobrança de juros abusiva pode ocorrer em diversos tipos de contratos, como:

  • Empréstimos bancários
  • Financiamentos imobiliários
  • Financiamentos de veículos
  • Cheque especial
  • Cartão de crédito
  • Crédito consignado
  • Crédito rotativo
  • Dívidas comerciais

Em cada caso, há uma forma específica de calcular os juros e verificar se eles estão dentro dos limites legais ou contratuais. Alguns fatores que podem influenciar na cobrança de juros abusiva são:

  • A modalidade do contrato
  • O perfil do cliente
  • O prazo da operação
  • O valor do empréstimo ou da compra
  • O índice de inadimplência
  • A taxa Selic
  • A inflação

Impactos da cobrança abusiva de juros

Quando o consumidor é submetido a juros abusivos, isso traz graves consequências:

  • Comprometimento de grande parte da renda com prestações: Isso afeta a capacidade de pagamento de outras despesas essenciais.
  • Risco de superendividamento: O consumidor pode acumular dívidas impagáveis com o banco ou financeira.
  • Danos ao nome e à capacidade de crédito: A inadimplência leva à negativação e dificulta o acesso a novos empréstimos.
  • Ações de cobrança: O devedor é sujeito a cobranças e até processos judiciais.
  • Estresse e outros problemas psicológicos: A situação gera ansiedade, angústia e pode desencadear doenças.

Como identificar a cobrança de juros abusiva?

Identificar a cobrança de juros abusiva nem sempre é fácil, pois envolve cálculos complexos e conhecimentos jurídicos. Por isso, muitas vezes o consumidor não percebe que está sendo lesado ou não sabe como comprovar a irregularidade.

Uma forma simples de verificar se há indícios de cobrança de juros abusiva consiste em comparar a taxa cobrada com a média do mercado para o mesmo tipo de contrato. Essa informação pode ser obtida no site do Banco Central ou em sites especializados em finanças.

Outra forma é analisar o contrato e verificar se ele contém todas as informações necessárias sobre os juros e os demais encargos. Se houver alguma cláusula obscura, ambígua ou contraditória, isso pode ser um sinal de que há algo errado.

Além disso, é importante ficar atento ao comportamento do credor. Se ele se recusar a fornecer o contrato, a discriminar os juros ou a negociar a dívida, isso pode indicar uma má-fé ou uma tentativa de esconder a cobrança de juros abusiva.

Quais são os seus direitos e o que fazer?

Se você suspeita ou tem certeza de que está sofrendo uma cobrança de juros abusiva, saiba que você tem direitos e pode se defender. Veja o que fazer:

  • Procure um advogado especializado em direito do consumidor ou em direito bancário. Ele poderá analisar o seu caso, fazer os cálculos corretos e orientá-lo sobre as melhores medidas a tomar.
  • Tente negociar com o credor. Você pode tentar reduzir os juros, parcelar a dívida, obter um desconto ou até mesmo quitar o valor total com um abatimento. Lembre-se de exigir um recibo ou um termo de acordo que comprove a negociação.
  • Se não houver acordo, você pode recorrer à Justiça. Você pode ingressar com uma ação judicial para pedir a revisão do contrato, a suspensão da cobrança, a devolução dos valores pagos a mais ou a indenização por danos morais. Você também pode solicitar uma liminar para impedir que o seu nome seja negativado ou que o seu bem seja penhorado ou leiloado.
  • Busque apoio de órgãos de defesa do consumidor. Você pode procurar o Procon, o Ministério Público ou a Defensoria Pública para denunciar a cobrança de juros abusiva e receber orientação sobre os seus direitos e deveres.

Conclusão

Por fim a cobrança de juros abusiva é uma prática ilegal e imoral que prejudica milhões de consumidores no Brasil. Ela pode ocorrer em diversos tipos de contratos e gerar um endividamento insustentável.

Então por isso, é fundamental que você fique atento aos sinais de que está sendo vítima dessa prática e saiba como se defender. Além disso você pode contar com a ajuda de um advogado, negociar com o credor, recorrer à Justiça ou buscar apoio de órgãos de defesa do consumidor.

Esperamos que este artigo tenha sido útil para você. Se você gostou, compartilhe nas redes sociais e ajude outras pessoas a se informarem sobre esse assunto tão importante.

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